PARLAMENTO A DERIVA II

18/03/2013 12:52

(José Augusto)

A estupidez humana é a única coisa que dá uma idéia do infinito

A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver. Assim, a estupidez humana é a única coisa que dá uma idéia do infinito. Para Albert Einstein, duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, segundo ele, no que diz respeito ao universo, não adquiriu a certeza absoluta.

Já que estupidez não ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­é passiva de punição, essa coluna, não dispensa a oportunidade. Considerando que a função de parlamentar é uma honra para poucos, proporcionalmente ao grupo social a que representa, seria possível determinar padrões para o exercício do cargo. Assim, seria determinado que os candidatos a cargos eletivos, cumprir certas exigências:

1. Ser alfabetizado (ler, escrever e entender texto). Não falo aqui, em diploma, já que diploma significa cada vez menos, inteligência, bom senso e não tem absolutamente nada a  ver com a competência no sentido amplo da razão;            

2. Deveria ter idade mínima de 80 anos;
3. Ter exercido, efetivamente, uma profissão durante 60 anos;
4. Fazer teste de sanidade mental após 70 anos;
5. Submeter-se ao teste de personalidade a ser comparada aos Monges do Tibete e;

6. Deveria ter cursado pelo menos seis faculdades: Matemática, Filosofia, Sociologia, Geografia, Biologia e Ciências Políticas.

Não considere isso uma ironia. Pois é apenas uma tentativa de me expressar neste mundo que não é o que parece ser, ou que não é o que gostaríamos que fosse e, ao menos tentarei disfarçar...

Dando ênfase à estupidez, a alfabetização daria a garantia de que os documentos  com a comprovação e os estudos realizados por instituições de renome, seriam lidos e interpretados na sua essência para  corroborar  com as teses a serem defendidas de acordo com as necessidades no parlamento.

A idade mínima de oitenta anos nos daria a certeza de estarmos lidando com as vozes da história de vida, associando-se aos momentos históricos expressado pela vivência de cada um que, somadas, teríamos um milênio de experiências.

Ao ter exercido, efetivamente, uma profissão durante  sessenta anos, nos daria a credibilidade temporal da disciplina naquilo que se fala e faz, defendido teoricamente como aprendizado por repetição, evitando erros.

O teste de sanidade mental após os setenta anos, seria deliberado pela capacidade de discernimento acerca das questões macros, e de usufruto da coletividade.

Já o teste de personalidade, estaria fundamentado na capacidade de agir com equilíbrio diante da adversidade dos fatos e circunstâncias que cercam a sociedade nos seus diversos tempos.

Assim, as idéias absurdas que vêm à cabeça em delírio, para alguns em um grau maior ou menor, nos obriga experimentarmos algum estado emocional alterado pelas  idéias obsessivas de permanência do erro que impera no parlamento de Sena Madureira.

Para evitar o descompasso entre o real e o necessário, o estudo da matemática permitiria ser realizado a análises de estatísticas comparadas para avaliar os parâmetros que incidiria na identificação de fatores para o desenvolvimento econômico e social.

A filosofia, auxiliaria na apropriação dos valores a serem implementados a uma sociedade que compreenderia e defenderia suas riquezas de pensamento como base de superação das injustiças e desigualdades sociais. A ética parlamentar fundir-se-ia nos conhecimentos científicos e as bases legais que legitimariam suas decisões.

A sociologia serviria de base para compreender os aspectos culturais das sociedades que superaram as mazelas sofridas por seus antepassados . Além disso, permitiria interpretar os estudos sobre as reais necessidades de integração dos aspectos culturais, sociais e econômicos dos seus representados.

Na Geografia, seria determinado os polígonos  geográficos de localização das incursões dos estudos detalhados para aplicação das forças políticas na defesa de investimentos de acordo com a vocação de cada setor das atividades econômicas, respeitando os aspectos físicos e antropológicos.

A Biologia serviria de base para os cuidados na defesa dos meios bióticos a serem estudados para fins de exploração racional, sobretudo com métodos modernos, a fim do aproveitamento econômico sustentável e, irremediavelmente exigindo que os meios de produção sejam instalados na zona de origem dos bens biológicos.

A ciência política permitiria a visualização das ações parlamentares voltada  para o desenvolvimento na capacidade de agir junto a setores organizados e que participam efetivamente na tomada de decisões, enfim, articula e defende as atividades de produção social e econômica, associada ao exercício de poder.

Dessa forma, para saber se essas idéias decorrentes de absurdas do novo parlamento, devam ser tratadas, leva-se em conta o grau de comprometimento que elas determinam na qualidade do ponto de vista em tese, ao nos submetermos às avarias racionais.

Dentre tantas surpresas que já ocorreram no parlamento de Sena Madureira, a mais chocante é o pronunciamento de um parlamentar sugerindo ao poder executivo à contratação dos serviços de carroça com tração animal para a coleta de lixo.

Em plena era da robótica, biotecnologia, trem-bala, aviões com velocidade supersônica e a velocidade da informação, superando todos os métodos medievais, ainda temos que nos submetermos aos descasos do parlamento acerca do lixo, sem levar em conta sua complexidade social, política, econômica e cultural.

O lixo é um dos temas mais debatidos e estudados no mundo. Já há estudos que comprovam o aproveitamento econômico a partir dos resíduos.

No Brasil há estudo e orientação ambientais de instalações que podem melhorar a coleta seletiva do lixo orgânico e inorgânico, aproveitando os resíduos para a produção de energia, tijolos para calçadas, adubo, entre outros produtos, por meio dos consórcios para o desenvolvimento econômico e socioambiental. A proposta de uso de tecnologia avançada para implantação de usinas de triagem e compostagem de dejetos já é visto como item a ser contemplado como Projetos Estratégicos na economia das cidades.

Em Sena Madureira, ainda temos um parlamento recuado ao expediente de ofícios recomendando única e exclusivamente a coleta de lixo da rua “A” ou “B”.

Pena que tal ato não possa ser comparado ao pensamento medieval. Pois os problemas ambientais associados ao lixo, decorre a partir do século XVIII. No entanto, é questionável assistirmos um parlamento paralisado diante de milhões de reais soterrados em aterro sanitários e, ainda sejam motivados a utilizar meios de transportes, aí sim, medieval que, nos remete a ausência de conhecimento científico para tratarmos os resíduos como matéria-prima. Nesse caso, as experiências para fazer a coleta e dar destino correto ao lixo com a geração de emprego, sem dúvidas, não constam como análise de literatura dos parlamentares.

Se essa coluna quisesse causar polêmica a partir do lixo, concordaria junto com parlamento que o papel, o plástico e os metais, não são matéria-prima. É apenas recursos urbanos que estão sendo estudados e vistos como possível material que poderá ser utilizados em substituição aos derivados de madeira, petróleo e algumas ligas metálicas. Ainda concordaria, que todo o lixo orgânico produzidos nos lares não poderiam ser reaproveitados na origem, porque não há estudos que comprovam seu vetor de utilidade econômica e ecológica. Além disso, concordaria que o excesso de abutres, roedores, mosquitos na cidade e, doenças causadas por vírus, fungos e bactérias não são ocasionados pela consequência de descaso do parlamento em não estudar os meios que discipline sobre o lixo orgânico e outros resíduos.

Além disso, essa coluna poderia ser irônica ao afirmar o seguinte: “é possível que no futuro, estudos apontem que a geração de energia a partir do lixo, possa  ser,  uma das fontes elétricas ecologicamente correta. Porém, seria preciso saber que ainda não há tecnologia para transformar lixo em energia.  Essa coluna, vai mais além: concordaria com o parlamento, que uma tonelada de lixo, por exemplo, não produz 410 Kwh de energia. E ainda,  Já que Sena Madureira não é um Município pequeno, e não produz, em média 10 toneladas de lixo por dia; e o lixo não faz parte do nosso dia-a-dia e não é um problema que poderia  ser resolvido de forma coletiva, coloca Sena Madureira, sem capacidade políticas para traçar estratégias de consócios intermunicipais, porque não passa por esse tipo de problema”. Certamente, há outros problemas muito mais importantes a serem discutidos.  

Caso um indivíduo tentasse diferenciar o discurso da oposição e situação, não conseguiria. Pois  os parlamentares, tratam do mesmo assunto sem variação de ponto de vista. Portanto, não se assuste com essa afirmativa: ”politicamente, em Sena Madureira, acerca desse assunto, não há oposição! Ou pior, não há situação!” Sobre o lixo, o parlamento estar a deriva - sem rumo. As discussões sobre o lixo não passa de bravata. Não há estudos, não há um instrumento programático e não há uma tese fundamentada acerca do assunto.

É preciso ser muito habilidoso para compreender o que é situação e oposição a um governo. Os vereadores trabalham a mesma metodologia. O ofício é o mecanismo de expediente do parlamento associado ao mesmo jargão: “tira o lixo dali, tira o lixo de lá... Puxa o lixo dali, puxa o lixo de cá...”

É claro, há uma justificativa para o descaso: “seria um absurdo imaginar que em tão pouco tempo, o parlamento tivesse a possibilidade de estudar e defender teses acerca de um assunto tão sério e, que exige muita atenção devida sua complexidade. Afinal, estão cuidando da CPI tira foco e do palanque da eleição para deputado estadual em 2014.” O lixo é um assunto muito complexo, não gera votos. Seria uma perca de tempo. Pois teria que ler muito, comparar estudos, buscar consultorias, participar de congressos, fazer análises de estudos topográfico,  geológicos – isso não geraria votos para 2014; teria que se aprofundar em economia, ecologia, antropologia – isso não gera voto; a partir do lixo, teria que fazer oitivas, reformular a lei orgânica do município, definir leis reguladoras para disciplinar a matéria – isso tomaria muito tempo e não gera votos.

O pior de tudo isso, é que para a deriva no parlamenta não pare, quem sabe a partir de 2015, possa se observar o mesmo discurso protelado pelo descaso. Assuntos sobre os abutres, roedores, mosquitos, fedentina, doenças, contaminação do lençol freático, cidade desmotivada em receber visitantes, chorumes, radiação de baterias, matéria-prima transformada em lixo, dinheiro desperdiçado, povo desempregado, serviço de saúde emergente, paisagem atípica e, o parlamento correndo o risco de conclusões: “de lixo não entendem nada, e os ofícios fará parte da bravata(...).” Décadas se passarão, e os recurso serão nada mais do que lixo.

Assim, a comunidade amargará as questões ambientais como problema. Empresas deixarão de surgir, porque a paralisia do parlamento permite que os recursos sejam transformados em lixo e, lixo será!!!